Antonino e Virginia saíram apressados do escritório. Caminharam calados até a virada da Praça. Pararam em frente ao busto do rei Vitor Emanuel e se entreolharam. - Dona Virginia, a senhora endoidou lá dentro. - Endoidei com razão. Sujeito asqueroso. - Quase a senhora põe tudo a perder. .. -Perder o quê? O homem já tinha negado as viagens. E deixa de ser frangote padrinho. Se eu não tivesse agarrado o comissário pelas fuças, não teria conseguido as passagens. O importante agora é convencer Francesco. Antonino se acalmou e começou a rir. - Se a senhora visse a cara de desespero que o homem fez. Na hora que meteu as unhas no braço ele se curvou todo, soltou um gemido surdo e acho que até mijou nas calças, porque ficou uma mancha escura nas partes. Mijou-se todo. E os dois amigos desceram a rua rindo alto. Pegaram a estrada lá por 14h. Tiveram fome. Seu Antonino levara um grande pão com um pouco de queijo para comerem no caminho. Sentaram-se num mato verde. Antonino cortou duas fatia
FREDERICO MORIARTY – As categorias de base do basquetebol eram divididas por idade. Com 16 anos eu jogava na categoria infanto-juvenil pela Associação Desportiva Classista Minercal. Naquele ano a empresa decidiu investir pesado no basquete feminino. Trouxe meia dúzia de excelentes jogadoras e ela, a rainha das quadras: Hortência Marcari. Dona de vários títulos e muitas cestas, a moça de Potirendaba passou 8 anos em Sorocaba. Ganhou tudo o que se possa sonhar no esporte coletivo. O técnico da equipe fazia alguns treinos pesados para as mulheres da Minercal. A estratégia era botar elas pra treinarem contra os homens. Não os adultos, nós do infanto-juvenil. Deraldo, nosso técnico, avisou: como você é o melhor marcador, pega forte e tem 1,88m, vai marcar a Hortência. Ali eu tremi. Hortência e a piracicabana Paula eram duas lendas do basquete feminino, mesmo antes de conquistaram todos os títulos possíveis nos 10 anos seguintes. A gente só queria estender um tapete vermelho no chão pra ela