Quando acabar tudo isso, não sairemos às ruas abraçar calorosamente as pessoas. Pois o hoje nos mostrou que um bom número delas não era merecedora do nosso afeto. Não faremos festa de confraternização, pois muitos deixaram o outro de lado e comemoraram em meio aos cadáveres. Alguns irão (finalmente) trabalhar de olhos abertos porque ficou claro que somos apenas um número, um peso morto, uma estatística. Quem sabe o Novo Amanhã sirva como um veneno contra a hipocrisia. Mesmo que montado sobre a pilha de mortos. Somos uma sociedade egoísta, uma miríade de ilhas postadas num distanciamento social mesmo antes dele existir. Apenas uma multidão de corpos esperando nossa cova chegar.
( obra de Castor Friederich.1818)
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